domingo, 26 de outubro de 2014

ISIS, PKK, EUA: Violência, Aspirações, Armas


Charlie Chaplin's The Great Dictator final speech
http://youtu.be/-RYlAPjyNm8

Com as controvertidas "comemorações" do centenário da Primeira Guerra Mundial chegando, desta guerra carnificina que deveria acabar com todas as guerras, me deu vontade de escrever sobre a paz, mas vou acabar respondendo as inúmeras perguntas que me fazem sobre o Islamic State, esta nova operação militar dos EUA e Kobane.
Sou especialista em geopolítica e talvez por isso seja anti-militarista de verdade. Por mim, todos os países seriam desarmados e só a ONU teria arsenal e soldados prontos para atuar quando a diplomacia, exaustiva, não funcionasse. E as bombas atômicas e as armas químicas seriam todas enterradas em lugares herméticamente vedados definitivamente. A indústria amoral de armamentos e seus magnatas que se danassem e se reconvertessem em indústrias que produzissem vida em vez de morte.
Este blog quase teve o título de "Obama got his gun", em uma parafrase da memorável obra anti-militarista do escritor estadunidense Dalton Trumbo, Johnny got his gun. Que aconselho a quem for contrário a operações militares que visam "corrigir" erros de bombardeios, invasões e ocupações com fins obscuro-comerciais - como os do Afeganistão e do Iraque - e dar apoio militaro-logístico a "rebeldes" pouco recomendáveis como os da Líbia, da Síria, e da Ucrânia, piorando a situação ao extremo.
Os Estados Unidos têm a característica perigosa de nunca aprender com os erros do passado. Nem recente, nem remoto.
Hollywood vende uma imagem da CIA como infalível, competentíssima, destemida, e sempre do lado da justiça... em ótica míope gringa. Aliás, Hollywood distorce a realidade do mundo inteiro; dos EUA à conchichina; reescreve a História a seu bel prazer; fabrica quimeras e glórias do Pentágono e Washington; e desinforma sobre assuntos sérios e sobre amenidades que influenciam e influenciem a percepção da vida e da cultura própria de quem assiste a estórias servidas como histórias não alheias e sim próprias.
Em outro dia, voltaremos à Ucrânia, onde os para-militares fascistas estão com toda corda, sendo armados (por quem mesmo?) contra os russo-ucranianos e cometendo barbaridades em nome da defesa de uma suposta liberdade dos ucranianos escolherem serem explorados pala União Europeia e EUA em vez da Rússia.
O Daesh, ou ISIS, ou ISIL estão mancomunados com o al-Nusrah, os extremistas que combatem Bashar el-Assad na Síria - dissenção do al Qaeda que os al Qaedistas haviam renegado e que graças aos EUA se reconciliaram. O que significa que além de combater o Daesh (acrônimo árabe de ISIL que chateia al Bagdadi bastante), os novos "aliados" (como são chamados os países que se aliam aos EUA para campanhas diplomáticas e militares) também terão de combater o al Qaeda, que estava relativamente hibernado.
Pois o que mais atrai os jovens muçulmanos perdidos ao Estado Islâmico é que al Bagdadi propõe uma ideia simplista atrás da selvageria: livremo-nos destas fronteiras maluco-aleatórias traçadas pelos imperialistas ocidentais para atender a interesses próprios, re-traçarmos um estado pan-muçulmano clássico - o Califado, onde todos os habitantes (que pensarem como nós) terão oportunidades.
Embora os "analistas" ocidentais que analisam todos os fenômenos internacionais com uma ótica judeo-cristã deformada não vejam o que está na cara, este movimento extremista islâmico tem muito a ver com as iniciativas separatistas de países da Europa. A noção é mais ou menos a mesma, ou seja, de rejeição do Estado-nação mal-formado, sem consideração pela identidade cultural do povo englobado. Como acontece nos países da África.
Partindo desta premissa, o Islamic State se encontra com um pé no futuro e outro no passado. Sua selvageria deveria aterrorizar e não atrair os jovens! Nossa sociedade está doente. O mundo está errado.
O Islamic State glorifica um passado abstrato reproduzindo as lutas sanguinárias de Maomé para a conquista de terras e almas de milhões de árabes ateus, cristãos e em seguida de europeus quando o Império Otomano instalou-se na Espanha com a bandeira do Crescente e a espada.
Glorifica também o passado com o Califado, que é outra noção maometana. "Califa" significa "sucessor". Indica um sucessor imediato de Maomé, e portanto, idealizado como uma pessoa imaculada, que encarna todas as virtudes, possuidor da sabedoria divina.
Para nós cristãos, seria o Papa. Se nossa religião preconizasse a beligerância e não o amor do próximo como condição sine qua non para ascender ao paraíso almejado.
É claro que esta noção de califa é uma quimera distante do que realmente aconteceu no passado. Todos os três sucessores imediatos de Maomé foram assassinados por causa de disputa de sucessão. Foi assim que o Islã dividiu-se entre sunitas e xiitas e continua ainda mais dividido.
Porém, como no ocidente, os mitos são mais fortes e seduzem mais gente do que a verdade histórica. É por isso que o Isis está aliciando tantos jovens de origem árabe criados em países ocidentais. Jovens que tiveram a sorte de nascer em países livres, democráticos, e preferem, por estarem iludidos ou/e desajustados, seguir um ditador sanguinário que se chegar/sse a conquistar a ferro e fogo seu Estado estabelecerá/ia, sem dúvida alguma, uma ditadura extremista, sectária, draconiana, insuportável. Sobretudo para as mulheres, que como sempre, são as primeiras prejudicadas.    

Mas não estou aqui para questionar a História do Islamismo (ver vídeo abaixo de Tariq Ramadam) e sim para constatar que o Islamic State of Iraq and al-Sham - ISIS, ou Daesh, ou Islamic State of Iraq and Levant, ISIL, quer queira quer não, moderno em sua apelação e em em seus meios de aliciamento e comunicação. O ISIS não enche a cabeça de seus recrutas potenciais com definições e explicações complicadas como faz a Casa Branca. Com um mero título ele desbanca a nação-Estado, seus derivados, e incute uma ideia simples, clara, facilmente compreensível aos muçulmanos, do analfabeto ao semi-letrado de todos os cantos do planeta onde são discriminados: venha pra cá lutar por um "califado" no qual se sentirá em casa.
Exatamente como Israel faz. Aliás, como disse em blog precedente, Israel e os grupos extremistas muçulmanos são as únicas entidades que atraem jihadistas. Em geopolítica, os extremos nem sempre se atraem; contudo, os métodos de uns e outros não diferem em quase nada. Nem os resultados nefastos para a humanidade.
No tocante a Israel, o ocidente deixa Netanyahu e seus cupinxas exercerem seu terrorismo expansionista à vontade e ainda lhe fornece armas para proceder à sua limpeza étnica da Palestina mais rápido.
No tocante ao ISIS, a resposta de Obama e seus alidos compulsórios ou voluntários é também claramente inadequada.
Barack Obama, John Kerry, David Cameron, François Hollande, os demais governantes do "Primeiro Mundo" e os conselheiros que os equivalem nutrem um tal desprezo congênito por "nativos" dos outros lugares do mundo que colonizaram ou imperializaram que são incapazes de entender o fundo do ISIS. Só conseguem ver a fachada, a dos verdugos que decapitam reféns à moda antiga, hoje considerada bárbara, embora vários estados dos EUA continuem a aplicar a pena capital.
Para quem cobre guerra, chocar-se com decapitação ao vivo é uma hipocrisia a mais dos dirigentes de países fabricantes de bombas a fragmentação e derivados. Uma bomba, quando explode no solo, desmembra ou pulveriza suas vítimas. Como aconteceu recentemente na Faixa de Gaza com centenas de civis palestinos. Quem viu crianças com pernas e braços arrancados, cabeças e corpos estraçalhados, tem o pudor de dar a informação nomeando estes verdugos diretos e os indiretos que apertam os botões de lançamento de bombas em Tel Aviv e no Pentágono com a mesma alcunha que merecem: bárbaros. Para mim não há nenhuma diferença entre o que lança a bomba e o que decapita. Só no sentido figurado.
E chamar o ISIS de um bando de terroristas é outra bobagem. Por enquanto, são para-militares que usam métodos ultrapassados para alcançar um objetivo determinado. Seriam terroristas se começassem atentados fora do âmbito de seu "estado" auto-delimitado. Como os israelenses fazem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Chamá-los de terroristas no ponto em que se encontram é uma provocação desnecessária que pode lhes dar ideias mais malvadas, fora da região auto-outorgada.
Será possível que Obama realmente acredite que conseguirá vencer a ideia revolucionária do ISIS só porque incluiu na coalizão ocidental um bando de ditadores árabes?
Será possível que Obama realmente acredite que conseguirá destruir fisicamente os recrutas do ISIS com bombardeios e no solo, com mercenários locais e importados?
Se acreditar, a CIA, o MI6, e todos os serviços de Inteligência ocidentais estão totalmente por fora da realidade dos países árabes. Por enquanto, com apenas umas centenas de fanáticos e de militantes desalmados o ISIS conseguiu ganhar um imenso terreno. E os recrutas muçulmanos mistificados com a ideia do califado não param de chegar de todas as partes do mundo árabe e de vários países ocidentais.
Acho que o primeiro passo que Obama e seus aliados deveriam ter dado era descartar sua arrogância ignorante e tentar entender o fenômeno que têm de encarar como é e não como o retratam.
Pois não estão encarando terroristas - a palavra mágica que move a opinião pública e cauciona guerras sanguinárias e incultas. Estão encarando um fenômeno socio-cultural que mesmo que seja aparentemente "decapitado" deixará pernas e braços em movimento durante muitos anos, infelizmente.
Fenômenos, sobretudo os que provocam desastres em vez de gols divinos como nos presenteou o nosso querido Ronaldo, têm de ser estudados com muito cuidado, antes de tomar atitudes precipitadas que só fazem despertar "vocações" e aumentar rancores de quem se sente excluído das benesses fictícias da globalização à ocidental.

MP George Galloway's statement in British Parliament on ISIL air strikes
Deputado George Galloway fala sobre ISIL no Parlamento Britânico.
Concordo plenamente.

Eu tinha e tenho várias razões contrárias à intervenção militar ocidental nos territórios que o ISIS vem reivindicando militarmente. Antes de abordar o presente, há de se analisar o passado, que faz parte do meu trabalho.
A última operação militar dos EUA/GB no Iraque foi um desastre. Terminou três anos atrás e os estadunidenses e os ingleses deixaram atrás de si um caos que gerou o ISIS. Sem contar a morte de cerca de 500 mil pessoas, de milhões de refugiados, a infra-estrutura do país devastada, e o ressentimento profundo que virou o capital de recrutamento do ISIS.
. O caos atual no Iraque, inclusive a aparição do grupo para-militar reacionário ISIS é resultado de oito anos de ocupação desastrosas e desastrada. Para coroar o trauma do assalto anglo-estadunidense, uma divisão sectária cresceu durante a operação ocidentalOs ocupantes organizaram eleições em linhas comunais  e as autoridades locais corruptas usaram o sectarismo para minar a resistência. Em três anos de ocupação, Bagdá, que na época de Saddam Hussein era uma cidade moderna - com as comunidades religiosas integradas e com as mulheres participando da sociedade, passou a uma colcha de retalhos de guetos comunitários sectários. A discriminação ostensiva do governo de Maliki (apoiado pelos Estados Unidos) gerou a insurgência sunita que facilitou a emergência do ISIS.
. Bombardeios sempre matam e aterrorizam os civis. O recente bombardeio de Raqqa na Síria não levou satisfação e sim morte e pânico aos seus habitantes. Um civil disse a jornalistas "I would not wish them on my worst enemy".
. As três intervenções ocidentais incitadas pelos EUA nos últimos anos foram um desastre atrás do outro. Em 2001, disseram que a invasão do Afeganistão acabaria com os Talibã - 13 anos e milhares de mortes mais tarde os Talibã cresceram em número, em potência, o país está em bancarrota e cheio de viciados em heroína, uma válvula de escape à miséria em que estão atolados.
Em 2003 foi a vez do Iraque.
Em 2011 foi a vez da Líbia, quando os EUA e seus aliados justificaram o bombardeio do país como essencial para acabar com o "massacre" organizado por Mwamar Kadafi. Desde a intervenção ocidental e a queda de Kadafi cerca de 30 mil pessoas já morrem no terrível ciclo de violência interminável das diversas facções sectárias que não conseguem e jamais conseguirão conviver em um Estado democrático. Hoje a Líbia é uma extensão de terra povoada por várias tribos beligerantes, sem governo central e sem administração real. Não era por acaso que Kadafi e Saddam Hussein existiam. Não foram fabricados. Eram necessários a uma unidade precária. Mas na suprema ignorância dos EUA e de países da Europa que acham que têm a fórmula ideal de sistema democrático que TEM DE ser transplantado na marra em todos os países do mundo, quaisquer que sejam as particularidades locais, a liga de "justiceiros" ocidentais negligenciou todos os dados étnico-religioso-tribais e semearam bombas e caos. Abrindo espaço para o al Qaeda na África (que Kadafi controlava com punhos de aço) e no Oriente Médio (que Saddam Hussein manejava bem que mal junto com o partido Bath) deram asas ao diabo.
Foi o que fizeram contra Bashar el Assad na Síria e eu aviso desde 2012 que estavam apostando no cavalo errado. Que sem Bashar, sem seu exército e sem o partido Bath laico, a Síria ficaria bem pior do que estava. Dito e feito. Agora, em vez de bombardear o Nusrah eles mesmos, deveriam era consultar Bashar e fornecer-lhe o que precisa para que os sírios defendam seu país eles mesmos.
Mas o orgulho de Obama e de qualquer estadunidense é grande demais para reconhecer o erro e corrigi-lo direito. Têm de bombardear para mostrar que quem manda são eles, e salve-se quem puder, embaixo. E mais tarde, que junte quem quiser os cacos e pedaços.
. Na coalizão que Obama organizou para resgatar a Síria e o Iraque das mãos "dos terroristas bárbaros" que decapitam sem preocupar-se com a amoralidade do ato, tem três países que fazem a mesma coisa de maneira "legal". A Arábia Saudita, só em agosto, decapitou dezenove sauditas e estrangeiros após confissões extraídas sob tortura; normalmente decapitam quase um por dia por "crimes" como renunciar ao Islã, insultar Allah, adultério, homossexualismo. O Qatar distribui propina na FIFA para sediar a Copa do Mundo e depois emprega estrangeiros em regime de escravidão para construir estádios cujas condições de trabalho já levaram a quase mil mortos. Os Emirados Árabes que deixam os homens abusarem das empregadas imigrantes e fecham os olhos ao trabalho forçado. não reconhecem violência doméstica e sanciona legalmente maridos que abusam de suas esposassdesrespeitam os Direitos Humanos inclusive com trabalho forçado. Todos eles já financiaram grupos islâmicos sectários na região por interesses próprios. O Bahrein encarcera, tortura e mata médicos que tratam dos feridos que participam de protestos contra o regime ditatorial.
Mas a Síria foi deixada fora da coalizão. Por que mesmo? Ah! porque Assad "is a horrible dictator who oppreses his people". Really?!
Aí Obama diz que calculou mal as forças do ISIS, que talvez demore a dar cabo do movimento extremista e que nesse ínterim vai ajudar a oposição Síria a Assad a lutar contra o ISIL. Peraí! Que eu saiba o ISIS é uma divisão do al Nusrah que os EUA estava financiando até pouco tempo atrás como parte do "Syrian Free Army" por ignorância, por miopia crônica ou por ingenuidade agravada.
Aí preciso que alguém me diga depressinha quem são os mocinhos e os bandidos nesta estória em quadrinhos avermelhados de sangue e em movimento desvairado.
. Os bombardeios vão aumentar e já estão aumentado o ódio pelo ocidente na região. Um dos "melhores" resultados da "War on Terror" que os EUA inauguraram em 2001 foi disseminar a popularidade do al Qaeda e outros grupos terroristas em vários países em que o extremismo jamais estivera na pauta de nenhum cidadão local. Antes disso, havia grupúsculos centralizados sobretudo no Paquistão e bem monitorados pela polícia de lá. Hoje em dia estão por todos os países árabes e na África.
. Atualmente,  há mais de mil soldados ou mercenários estadunidenses no Iraque, na pseudo-embaixada maior do que o estado do Vaticano, situada à beira do rio Eufrates para controlar a água. Eles vão ser postos para lutar? Tony Blair, que adora guerra e adora ganhar milhões como em "consultoria" para governos opressivos e repressivos - de Israel ao Kazakistão, não recusa nada - foi um dos primeiros a recomendar tropas no solo. Este cara é um perigo ambulante. Um criminosos que deveria estar na Háguia em vez de estar dando conferências milionárias para falar bobagens.
. Este ataque vai custar caríssimo aos países ocidentais participantes, que já estão em mau estado. Só pra dar uma ideia, um míssil Tomahawk custa cerca de US$1 milhão. Os EUA já lançaram mais de 50 na Síria em 10 dias. Os ingleses avaliam os gastos da intervenção na Líbia em 2011 entre 500 a 1 milhão de libras. Quantia correspondente aos gastos com bolsas de estudo que foram suprimidas.
Eu poderia continuar os argumentos contra esta operação militar, mas a lista seria interminável. Apoiar os kurdos da fronteira da Turquia seria uma das prioridades. Mas isto desagradaria os turcos, e la nave va.
Sou totalmente contra este bombardeio desarticulado.
. Siria nunca foi uma batalha simplista entre o Bem e o Mal como os EUA e a UE vendiam, entre um ditador a um povo reprimido. Graças às armas estrangeiras que choviam no campo dos "rebeldes" de toda índole, era uma guerra civil cheia de estrangeiros infiltrados em todo território nacional. Em 2012 Kofi Annan foi lá, avaliou a situação e apresentou uma solução diplomática que teria evitado o problema atual. Mas os EUA a vetou na ONU após tê-la acatado em Genebra, por ignorância, por orgulho, para chatear Putin ou por causa da AIPAC, as razões para os EUA agirem no Oriente Médio são geralmente fátuas, mas todas são ditadas pela paranóia mentirosa de Israel. Agora Netanyahu, com todos os problemas do ISIS, está voltando à carga com o Irã, que é sua obsessão. Antes era o Irã e a Síria, posto que os Ayatolás e Bashar el Assad eram, são, os únicos dirigentes da região que combatem a ocupação israelense da Palestina. Agora está de novo conspurgando o Irã e inventando estórias para que os EUA aproveitem a deixa e bombardeiem também Teerã, já que está do lado.
O maior perigo do mundo é o governo de extrema-direita de Israel. São perigosos porque não veem um palmo na frente do nariz. Só veem o "grande Israel", com os palestinos exterminados, sem pensar nas consequências de suas barbaridades.
O Irã é o único país estável da região e o único em que os extremistas pseudo-islamitas não conseguem penetrar. Desestabilizá-lo seria o pior que poderia acontecer para o Oriente Médio, e para Israel. Mas tem gente que tem o nariz tão grande das mentiras que declama compulsivamente, que tampa toda sua visão e seu cérebro fica à mercê de ideias obscurantistas que tenta a qualquer custo impor aos demais.
Former CIA analyst says: 
"Israel and Saudi Arabia are more dangerous than Iran"
on Fox News (!) 

Vou deixar a atualidade de lado, porque acho que as questões mais importantes sobre o ISIL não são suas vitórias e nem será a sua derrota e sim se uma vitória militar dos Estados Unidos e seus aliados será uma vitória real ou ilusória.
Pois não há como combater ideias com armas.
O arsenal militar estadunidense pode matar tantos para-militares do ISIl quantos os generais ordenarem - a fonte de armamento dos EUA é inesgotável e a indústria bélica é a única a sempre levar vantagem. Porém qualquer tipo de vitória que obtiverem contra o ISIL será desastrada, desastrosa e demorada. Muita gente vai morrer; muitos, sem merecer. Se é que alguém mereça morrer em guerra. Pessoalmente, acho que ninguém merece.
O problema é que se e quando o ISIL for derrotado, quando a cabeça dos chefes forem cortadas, figurativa ou literalmente - a ideia que move a hidra vai simplesmente submergir na clandestinidade e esperar uma nova oportunidade para emergir com menor ou maior intensidade. Considerando o caos em que a região vive atolada, a oportunidade surgirá mais cedo do que tarde. Acho. O al-Qaeda tem apenas duas décadas e já foi ultrapassado por esta versão multiplicada em discurso e atos extremistas, embora o al-Qaeda tenha sido considerado até poucos meses como o pior dos males.
Al-Qaeda, ISIL, e outros grupos extremistas precisam de situações e terrenos propícios para semearem suas barbaridades e colherem almas vivas, penadas.
Tanto o Al-Qaeda quanto o ISIL aproveitaram situações criadas pela exclusão em que vive grande parte da população africana e árabe adicionada ao sentimento de exploração ocidental, cúmplice dos governos ditatoriais apoiados por razões político-econômicas, mas jamais sociais.
Os Talibã, por exemplo, conseguiram explorar a infra-estrutura instalada pelos russos e levaram conforto e um mínimo de prosperidade a regiões abandonadas pelos governos pro-ocidentais ocupando um vácuo social que foi apreciado. Daí sua longevidade e a impossibilidade de combatê-los com armas. Já que o ocupante ocidental só levou corrupção e desenvolveu a produção de uma monocultura perigosa que só produz heroína e ópium.
Poderia enumerar muitas outras oportunidades que extremistas poderiam aproveitar com facilidade em todo país árabe.
No Paquistão, até em Lahore e Karachi há regiões urbanas sem eletricidade e em Bagdá, nem saneamento básico ou água que saia de pias e chuveiros como em nossas casas.
Portanto, é fácil para o ISIL conquistar a província de Anbar como está conquistando, pois a população carece do básico. E quando se conversa com um e outro iraquiano, yemenita, paquistanês, reclamam sempre de terem sido esquecidos, deixados de lado. Aí chega o ISIL e os enxerga e promete que serão lembrados nesse tal estado islâmico que quer criar. É compreensível que os kurdos sejam os únicos a lutar por suas cidades. Têm um Estado próprio a conquistar e tudo a ganhar.
Kobani é uma história étnica e não nacional.
Os kurdos em Kobani lutam por seu projeto de soberania ameaçado e não contra o ISIL propriamente dito. É por isso que são impermeáveis à doutrinação e não se entregam de mãos beijadas.
O único jeito de combater o ISIL e outros grupos correlatos é com escolas, água corrente, eletricidade, perspectiva de melhora para sua prole, de um futuro melhor.  Caça a "terroristas" através de drones armados que provocam animosidade das populações em que os alvos são atingidos sempre com danos colaterais não levam a nada. Ou melhor, levam a extremistas do tipo do ISIL.
Para dormirem tranquilos, os Estados Unidos deveriam era pressionar seus aliados árabes para que democratizassem seus países e melhorassem as condições de vida de seus compatriotas, e investir um pouquinho dos milhões de dólares usados para bombardear, em incentivos sociais.
Mas a paz só reinará no mundo quando o EUA perder sua ascendência sobre a ONU e a indústria bélica parar de fomentar guerras para esbaldar-se.
Agora a Inês é morta e só as armas podem calar as do cada vez mais potente ISIL, mas estas deveriam ser usadas pelos locais e não por potências estrangeirgas.
E depois? Há de se parar as condições que levam a que os jovens "jihadistas" ouçam o discurso dos extremistas.É a exclusão que aduba "vocações" extremistas.
Isto é válido para o Oriente Médio e para outros lugares.
Se em vez de ter sido executado, Ossama ben-Laden tivesse sido julgado, suas ideias teriam sido expostas, debatidas e compreender-se-ia melhor o porquê de tantos jovens aderirem a este caminho errado. Mas os EUA escolheram a vingança, rápida, em vez de arriscar que sua própria edeologia fosse expostas, julgada e condenada. Assim como bin Laden.
Ideia, se combate com ideia melhor, construtiva. E não com armas. Mas antes de tudo, para combater uma ideia, um comportamento, tem de entender do que se trata.
Should Muslims apologize for ISIS?

Dito o que disse acima, repito que fui e sou contra os bombardeios estadunidenses em quaisquer que sejam os lugares e os contextos. Isto porque toda situação piora a curto ou médio prazo quando a CIA e a Casa Branca intervêm de alguma forma. Se os Estados Unidos "permitissem" que a ONU fizesse o trabalho de polícia e diplomacia para o qual foi criada, haveria muito menos conflitos.
O último fiasco é esta operação militar contra o Islamic States of Syria and Levant - ISIL. O plano que já nasceu esfarrapado por causa de des-informações, projeções e alianças erradas, já está em frangalhos. O ISIL está sendo contido a duras penas em Kobani, na Síria, e no Iraque, apesar dos relatórios otimistas do governo oficial, continua se aproximando perigosamente de Bagdá.
O plano de Barack Obama de "degrade and destroy" o ISIL está longe, muito longe, de ser bem sucedido. O ISIL não está se encolhendo nem se retirando e sim expandindo seu controle na região pré-definida. Além de prosseguir seu recrutamento no WEB com um sucesso impressionante.
Como disse antes, o ISIL e Israel têm vários pontos comuns. Um deles é a capacidade de aliciar jihadistas - jovens atraídos pelo falso discurso de guerra-religiosa e que acabam transformados em assassinos de idosos, mulheres e meninos.
Outra força comum entre o ISIL e a IDF israelense é a de estarem dispostos a qualquer carnificana para atingir seus objetivos. Sem princípios e sem humanismo. Daí o avanço do movimento para-militar pseudo-religioso nos últimos quatro meses desde que capturou Mosul, a segunda cidade do Iraque, no dia 10 de junho.
A diferença entre Israel e o Isil é que Israel está procedendo a uma expansão territorial e limpeza étnica na Palestina de maneira calculada, com crueldade planejada e meticulosa, de envenanemento paulatino através da privação de água potável, de vitaminas, de privilegiar os aleijamentos que invalidam e desmoralizam em vez de usar decaptação expeditiva que choca à primeira vista e provoca ogeriza.
Repito, não vejo nenhuma diferença entre decapitar um indivíduo e de bombardeá-lo do alto o reduzindo a pedaços. Se os jornalistas prensentes em Gaza em julho e agosto mostrassem as imagens de todos os horrores que presenciaram, acho que calariam os hipócritas que taxa uns e não outros de selvageria. Mas isto é outra história. É só para lembrar que não é porque as bombas pararam de cair em Gaza que o problema foi resolvido e que Israel parou de cometer barbaridades. Muito pelo contrário.

Who is ISIL's spokesperson?

Voltando ao Isil, seu outro ponto comum com Israel é a de outorgar-se inspiração divina que dá às suas grandes e pequenas vitórias um sentido transcendente. Que seja em Mosul ou em Kobane, contra o exército iraquiano sob o comando de oficiais corruptos (o grau de coronel custa US$40.000) ou o super-poder aéreo dos Estados Unidos.
Confrontados à perspectiva de derrota em Kobane, oficiais estadunidenses deram desculpas sem pé nem cabeça, "our focus in Syria is in degrading the capacity oi Isis at its core to project power, to command itself, to sustain itself, to resource itself. The tragic reality is that in the course of doing that there are going to be places like Kobani where we may or may not be able to fight effectively".
Mas Kobane É um ponto nevrálgico deste combate, pois é o único em que a população pegou em armas para defendê-la, se for preciso, com unhas e dentes, literalmente. Se não conseguirem parar o Isil em Kobane com a ajuda acirrada dos kurdos, onde vão conseguir pará-los?
Infelizmente para os EUA, não é só em Kobane que seus milionários bombardeios estão sendo infrutíferos. Desde sua ofensiva deslanchada no Iraque no dia 02 de outubro, o Isil já capturou quase todas as cidades da província de Anbar, uma vasta área no Iraque ocidental. O que significa que já conquistou um quarto do país. Vitória importante que constitui ameaça real a todo o setor oeste de Bagdá.
A batalha de Anbar, que foi o centro de uma rebelião sunita contra a ocupação dos Estados Unidos em 2003, já está quase no fim e deve representar uma vitória decisiva do Isil. Desde janeiro, quando conquistou grande terreno, o Isil vem abocanhando Anbar palmo a palmo, causando 5.000 mortes em cinco meses e provocando o êxodo de cerca de 1.5 milhões de habitantes que viraram refugiados em terras menos perigosas - se for possível encontrar alguma no Oriente Médio.
Tudo leva a crer que o próximo alvo do Isil seja um enclave sunita a oeste de Bagdá, começando com os arredores de Abu Ghraib - palco de abusos atrozes dos GIs gringos durante a ocupação do país - para chegar ao centro da capital.
Não sei se o governo iraquiano está se enganando ou enganando seus aliados estrangeiros quando diz que está recuperando terreno perdido no norte e no centro do país. Só sei que, no mínimo, está enganado.

AJ+ Kobani is falling

E Kobane? Perguntam-me, "Que importância tem esta cidadezinha?!" que até o dia 16 de setembro deste ano era desconhecida.
Pois bem, sabe-se que esta cidadezinha rural na fronteira entre a Síria e a Turquia tem sido mediatizada ao máximo por causa do combate dos Estados Unidos contra o Isil e ironicamente, Kobane vem sendo descrita como uma campanha militar decisiva dos EUA contra o expansionismo regional do Isil.
Só que não é bem isso. A batalha decisiva geopoliticamente foi a de Mosul no Iraque. Pois foi lá, na segunda cidade do país, que o Isil encheu os bolsos de dólares, que botou as mãos em um arsenal da pesada, inclusive de armas químicas que está usando por onde passa, e botou o exército iraquiano para correr sem grande dificuldade.
As declarações do Pentágono, de maneira geral,  não são muito fiáveis. Porém,  desta vez John Kerry não estava enganando ninguém quando disse  no dia 13 de outubro que "Kobane does not define the strategy for the coalition in respect to [ISIL]".
É verdade. Kobane só é estratégica para a Turquia e para os kurdos. No frigir dos ovos, a vitória ou a derrota lá não muda nada no combate global ao ISIL, que já ocupou terrenos mais vastos e sítios petroleiros bem mais valiosos, pois viraram uma fonte de renda importante. Pois tem comprador para o petróleo mesmo sabendo que está sujo de sangue.
Há duas razões para a mediatização de Kobane. A primeira é "telegênica", a resistência ferrenha da população - é a primeira cidade síria a resistir ao Isil tanto tempo; outras se renderam imediatamente. A segunda é lobística. Foi o lobby kurdo em Washington e em outras capitais ocidentais que fez com que a assistência esperada acabasse chegando e que grande mídia focasse sua atenção em Kobane sem abordar o cerne da questão. Este é o porquê da Turquia demorar tanto a deixar os kurdos iraquianos atravessarem a fronteira para ajudar na luta e sua relutância em defender sua fronteira.
A razão é simples. A Turquia taxa o Kurdistan Workers' Party (PKK), que luta pela independência de um Kurdistão que abranja pedaços da Síria, Iraque e Turquia, de organização terrorista.
Na verdade, os kurdos buscam há tempos soberania.
Os interesses de uns e de outros kurdos a curto prazo não são exatamente os mesmos, mas convergem à busca de um Estado autônomo onde possam instalar-se definitivamente.
Os kurdos iraquianos sonham com Kirkuk, rica em petróleo, que chamam de "Kurdish Jerusalem".
Os kurdos sírios, que se instalaram na Síria em 1920, não estão preocupados com a cidade de Kobane propriamente dita e sim em combater Bashar el-Assad, e agora, o ISIL. Kobane simbolisa a resistência kurda não apenas na Síria como também aos olhos da diáspora. Sua perda traduziria a derrota da "nação" kurda inteira. A cidade ganhou importância estratégica porque é a primeira cidade síria a resistir ao ISIL tanto tempo. Outras caíram sem resistir.
Olhando para trás, para a história, Kobane/Ayn al-Arab foi fundada como um assentamento em 1892 durante o Império Otomano. Foi então chamada Arab Punar, em turco, e virou cidade em 1911 com a construção da estrada de ferro e uma estação ferroviária.
Foi logo populada por refugiados armenianos que fugiam de seus verdugos turcos em 1915, embora muitos tenham sido forçados a instalar-se mais ao sul, em Qamishli e Deir el-Zor.
Depois dos armenianos vieram os kurdos da Anatolia e mudaram o nome da cidade para Kobane, uma versão bastarda da palavra alemã "kompanie", da "companhia" que construiu a ferrovia e "bahn", "trem".
Em 1921, a cidade que era una e com uma população etnicamente bastante homogênea, foi dividida arbitrariamente conforme uma demarcação ocidental da fronteira com a Turquia - o lado turco hoje conhecido como Mursitpinar está coberto de acampamentos que abrigam cerca de cem mil refugiados de Kobane e outros vilarejos vizinhos.
A área da província de Suruc é chamada de "cemitério armeniano" porque milhares de armenianos morreram lá quando os turcos os deportaram. "It was a terrible place when the Armenians arrived back then, and the area has a tragic history. It is being repeated now", disse Cengiz Aktar, um analista turco e membro do Istambul Policy Center.
Para outros, o simbolismo de Kobane está mais ligado ao presente do que ao passado.
Hoje, Kobane é o coração do sonho kurdo. É conectada menos com a História do que com ambições futuras. Kobane é a primeira fase de implementação de um modelo de governo mais amplo para os kurdos sírios e turcos.
Apesar da Turquia autorizar kurdos iraquianos a atravessar a fronteira para ajudar Kobane, tem-se a impressão que o ISIL está fazendo o trabalho sujo no lugar de Ankara esmagando o movimento de autonomia dos kurdos sírios.
Estes aproveitaram o vácuo institucional na guerra civil Síria para estabelecer três províncias semi-autônomas; Afrin, Jazirah e Kobane. Já estavam experimentando o que os kurdos turcos vêm pedindo há anos. Então, o fim de Kobane, se acontecer, será um golpe fortíssimo nas aspirações dos kurdos turcos. É por isso que a população está lutando com unhas e dentes, homens, mulheres e até meninos. E é também por isso que não se pode subestimar a ligação entre os kurdos turcos e sírios, embora eles sejam mais próximos um do outro do que dos kurdos iraquianos, já que falam inclusive a mesma lingua - kurmanji (de alfabeto latino, é também uma lingua minoritária de educação na Armênia, onde a maioria dos kurdos tem a mesma origem Yezidi.)
Os vilarejos dos kurdos turcos e sírios foram divididos artificialmente, com base na ferrovia, no fim do império otomano e impostos à população em 1921. É por isso que alguns vilarejos foram divididos no meio. E é por isso também que os kurdos sírios sempre foram solidários do PKK na Turquia. Têm as mesmas raízes e no fundo, deveriam ter direito a um país deles, legalmente constituído.
Os kurdos sírios estão engajados na luta do PKK desde o início. Dos cerca de 40.000 militantes mortos desde 1984, cerca de 5.000 são de nacionalidade síria. A proporção é bastante grande. Quanto aos kurdos turcos, eles é que vêm lobbying para obter apoio dos EUA contra Assad na Síria.
sido eles que
No dia 22 de setembro um dos líderes turcos pró-kurdo do People's Democratic Party (HDP), Selahattin Demirtas foi aos EUA encontrar membros da equipe de Barack Obama a fim de convencê-los a visitar Kobanev
Além de símbolos ancionalistas e amizade inter-fronteiras, há uma preocupação estratégica de Kobane cair nas mãos do ISIL. Recep Tayyip Erdogan propôs o estabelecimento de uma zona tampão - vista por alguns como um complô para ocupar o norte da Síria como fez com o norte de Chipre.
Líderes kurdos vêm repetindo enfaticamente que a queda de Kobane reprentaria um avanço estratégico do ISIL, que ganharia contrôle da estrada principal que conecta seu quartel-general com Aleppo.
Eu pessoalmente acho que exageram a importância de Kobane para poderem servir sua causa independentista, já que o ISIL já controla vários postos chaves de travessia com a Turquia.
Acho que a ameaça é maior do que permitir ao ISIL um posto de travessia a mais para contrabandear armas e mantimentos. Kobane e as outras províncias envolvidas no projeto experimental de autonomia kurda estão parados. SE Kobane cair, os dois outros municípios cairão em seguida porque são indefensáveis. E aí o ISIL controlará os 1.200 quilômetros de enclave kurdo e consequentemente da fronteira turca.
Além disso, a conquista de Kobane significará a derrota do Partido Kurdo de União Democrática (YPG) e para seu irmão PKK.
Alguns líderes kurdos chegaram a "lembrar" que o ataque de Kobane pelo ISIL coincidiu com a libertação de 46 reféns turcos que estavam presos em Mosul. Questionando que tipo de acordo fa Turquia fizera para recuperar seus compatriotas. Pois para a Turquia, Kobane é mesmo é um problema do PKK, organização independentista que combate há anos com dificuldade crescente, assim como as negociações de paz entre Ankara e o PKK.
Na verdade, o governo turco aproveitou os acontecimentos da Síria para aumentar sua margem de negociação com o PKK, que quer mandar armas para seus primos sírios e para isso precisa de autorização e ajuda do estado turco. No fundo, a Turquia está usando o ISIL como margem de manobra com o PKK.
Não quero dizer que Ankara apoie o ISIL. Porém, está usando um des/equilíbrio perigoso e frágil para levar vantagem. E no fundo, dá a impressão de não estar assim tão chateada do ISIL estar desbancando os kurdos nessas áreas.
Erdogan está pensando no inimigo imediato e deixando para pensar no mediato, mais tarde. Jogo perigoso ao qual seus aliados ocidentais têm de adaptar-se bem que mal.

Iraq divided: the fight against ISIL


"There is a temptation when viewing the Middle East to be so preoccupied catching up with the latest crisis that the older ones are neglected. Take the long-standing issue of Kurdish nationalism in a region whose original colonial state builders neglected to find space on their canvas to draw the borders of Kurdistan. 
Today it is no underestimation to say that the Kurds have gone from being a fringe element to the region's power equation to one of its central players. Nowhere is this more obvious than in US President Barack Obama's new ISIL offensive. At its most conventional, Obama looks to support the new "inclusive" Iraqi government of Prime Minister Haider al-Abbadi against the neo-barbarian hordes of the ISIL marauders. Yet Abbadi's government was only able to form on the basis of Kurdish buy in and that didn't come for free.
Indeed somewhat unnoticed in the celebration of former Premier Nouri al-Maliki's fall and the new era of national unity government was the clause that the Kurds inserted into their joining the government - that all of the Kurdistan Region's "lagging and serious issues" with Baghdad must be resolved within three months. These issues are fairly fundamental to the Abbadi of the viability of a future Iraqi state and they've proved intractable over the past 11 years since the US-led invasion. So Abbadi faces the twin pressures of reuniting a fractured Iraq under a common vision and dealing with the richest and perhaps most vicious terrorist group in recent history - and if he can't make progress on the first part within the next few months then the entire process may collapse.
Serious deadline
December 8 is the "serious deadline" for the Kurds to see action from Baghdad coming exactly three months since the formation of Abbadi's government. While this timeline may seem unrealistic, the Kurds argue that the issues on the table have been debated and discussed for years with the status of Kirkuk, the "Kurdish Jerusalem" as some refer to it, supposed to have been settled by the end of 2007.
Gary Kent, director of the UK All Party Parliamentary Group on Kurdistan, told me that "The international community needs to recognise that Baghdad has sold the Kurds short for a decade with broken promises. Even as the security and humanitarian crises accelerated this year the Kurds have received no budget entitlements at all and Baghdad has sought to block oil exports which are allowed under the Iraqi constitution."
In September, British Foreign Secretary Philip Hammond explained that "In Iraq we're collectively building international support for Abbadi's government, which is committed to political reform and to representing all of Iraq's communities." To date there appears to be little progress in showing Baghdad's commitment to the Kurds. While coalition aircraft continue their attacks, it is the Peshmerga who are fighting ISIL on multiple fronts along a 966km-plus front line stretching in an arc from near the Syrian border in the northwest to the Iranian frontier in the east.
To emphasise the issue of the blocking of funds, the Kurds have been engaged in a PR blitz reminding the world that they are fighting the good fight with desperately poor resources whether its World War II era guns or homemade tanks that wouldn't look out of place in the new "Mad Max" film. Meanwhile as Prime Minister Abbadi continues to talk the good talk about inclusivity, members of Iraq's minority population are reportedly joining the Peshmerga.
'We hear you'
Kurdistan Region Prime Minister Nechirvan Barzani has expressed his desire to hear Baghdad tell the people of the Kurdistan Region: "We hear you, and we will solve your problems because we know that we can't expect you to continue to participate in Iraq without hope." The KRG's High Representative to the UK Bayan Sami Abdul Rahman has called on the government in Baghdad to "recognise the Peshmerga as part of the Iraqi military as stated by the Constitution" warning that "if we don't see improvement we will review our position".  
The issue of oil revenue would appear to be the most immediate as both a gesture of intent and practical support for the fight against ISIL. However, instead of releasing the 17 percent of the Iraqi budget that is earmarked for the KRG and unblocking oil sales reports have emerged last month of the Iraqi government looking to classify Kurdish oil as "stolen property". Resolving the status of Kirkuk and the disputed territories would appear to be the trickiest issue to address with continued ISIL activity in the area leading some to speculate that the focus will be on the uncertainty of today not tomorrow.
This confluence of thorny issues has the added element of humanitarian crisis layered on top of it. The Kurdish controlled statelet of some five million people has received some 1.4 million refugees. Winter is coming and Barzani has warned that Iraq's government must "intervene immediately" to prevent large scale loss of life. These political, economic, and humanitarian challenges that Abbadi faces will be a crucial component of whether the Obama strategy can endure. The clock is ticking." 
James Denselow is a writer on Middle East politics and security issues and a research associate at the Foreign Policy Centre.

The cost of fighting ISIL

"So who is winning the war? Isis? Us? The Kurds (remember them?) The Syrians? The Iraqis? Do we even remember the war? Not at all. We must tell the truth. So let us now praise famous weapons and the manufacturers that begat them.
Share prices are soaring in America for those who produce the coalition bombs and missiles and drones and aircraft participating in this latest war which – for all who are involved (except for the recipients of the bombs and missiles and those they are fighting) – is Hollywood from start to finish.
Shares in Lockheed Martin – maker of the “All for One and One for All” Hellfire missiles – are up 9.3 per cent in the past three months. Raytheon – which has a big Israeli arm – has gone up 3.8 per cent. Northrop Grumman shares swooped up the same 3.8 per cent. And General Dynamics shares have risen 4.3 per cent. Lockheed Martin – which really does steal Alexandre Dumas’ Three Musketeers quotation on its publicity material – makes the rockets carried by the Reaper drones, famous for destroying wedding parties over Afghanistan and Pakistan, and by Iraqi aircraft.
And don’t be downhearted. The profits go on soaring. When the Americans decided to extend their bombing into Syria in September – to attack President Assad’s enemies scarcely a year after they first proposed to bomb President Assad himself – Raytheon was awarded a $251m (£156m) contract to supply the US navy with more Tomahawk cruise missiles. Agence France-Presse, which does the job that Reuters used to do when it was a real news agency, informed us that on 23 September, American warships fired 47 Tomahawk missiles. Each one costs about $1.4m. And if we spent as promiscuously on Ebola cures, believe me, there would be no more Ebola.
Let us leave out here the political cost of this conflict. After all, the war against Isis is breeding Isis. For every dead Isis member, we are creating three of four more. And if Isis really is the “apocalyptic”, “evil”, “end-of-the-world” institution we have been told it is – my words come from the Pentagon and our politicians, of course – then every increase in profits for Lockheed Martin, Raytheon, Northrop Grumman and General Dynamics is creating yet more Isis fighters. So every drone or F/A-18 fighter-bomber we send is the carrier of a virus, every missile an Ebola germ for the future of the world. Think about that.
Let me give you a real-time quotation from reporter Dan De Luce’s dispatch on arms sales for the French news agency. “The war promises to generate more business not just from US government contracts but other countries in a growing coalition, including European and Arab states… Apart from fighter jets, the air campaign [sic] is expected to boost the appetite for aerial refuelling tankers, surveillance aircraft such as the U-2 and P-8 spy planes, and robotic [sic again, folks] drones… Private security contractors, which profited heavily from the US presence in Iraq and Afghanistan, also are optimistic the conflict will produce new contracts to advise Iraqi troops.”
This is obviously outrageous. The same murderous bunch of gunmen we sent to Iraq are going to be let loose to teach our “allies” in Syria – “moderate” secular militias, of course – the same vicious tactics they used against civilians in Iraq. And the same missiles are going to be used – at huge profit, naturally – on the peoples of the Middle East,  Isis or not. Which is why De Luce’s report is perhaps the most important of the whole war in the region.
I’ve always argued that the civilian victims of these weapons manufacturers should sue these conglomerate giants every time their niece or grandfather is killed. In Gaza and the West Bank, the Palestinians used to keep the bits and fragments of US-made missiles that killed their innocent relatives, with the idea that one day they might be able to take the companies to court.
Lebanese civilians did the same. But they were given “compensation” – with whose blessing, I wonder? – and persuaded not to pursue the idea, and so the armaments manufacturers, made so palpable in George Bernard Shaw’s Major Barbara, got away with it. There are many lawyers in New York ready to take up these cases – I’ve met a few of them in the US – on a pay-if-you-win basis. But so far, no takers. It’s time there were. Why should the merchants of death get away with it?
In the meanwhile, the Pentagon can keep pushing the bills through. “It’s awfully hard to say no when you’re at war,” a guy with “links” to the weapons industry said last week. You bet it is. He says, by the way, that BAE Systems is doing pretty well out of the current crisis. Think about that. And pray, of course, for the 200,000 dead in the Syrian war".
Robert Fisk, The Independent (21/10/14),  


" When Sunni rebels rose up against Syria's Bashar al-Assad in 2011, Turkey reclassified its protégé as a pariah, expecting him to lose power within months and join the autocrats of Egypt, Libya, Tunisia and Yemen on the scrap heap of the "Arab Spring".
Assad, in contrast, shielded diplomatically by Russia and with military and financial support from Iran and its Shi’ite allies in Lebanon's Hezbollah, warned that the fires of Syria’s sectarian war would burn its neighbors.
For Turkey, despite the confidence of Tayyip Erdogan, elected this summer to the presidency after 11 years as prime minister and three straight general election victories, Assad’s warning is starting to ring uncomfortably true.
Turkey’s foreign policy is in ruins. Its once shining image as a Muslim democracy and regional power in the NATO alliance and at the doors of the European Union is badly tarnished.
Amid a backlash against political Islam across the region Erdogan is still irritating his Arab neighbors by offering himself as a Sunni Islamist champion.
The world, meanwhile, is transfixed by the desperate siege of Kobani, the Syrian Kurdish town just over Turkey’s border, under attack by extremist Sunni fighters of the Islamic State (IS) who are threatening to massacre its defenders.
Erdogan has enraged Turkey’s own Kurdish minority – about a fifth of the population and half of all Kurds across the region – by seeming to prefer that IS jihadis extend their territorial gains in Syria and Iraq rather than that Kurdish insurgents consolidate local power.
The forces holding on in Kobani are part of the Democratic Union Party (PYD), closely allied to the Kurdistan Workers Party (PKK), which has fought a 30-year war against the Turkish state and is now holding peace talks with Ankara.
Unequal fight raged between the PYD and IS, while Erdogan said both groups were "terrorists" and Kobani would soon fall. It was a public relations disaster.
It drew criticism from NATO allies in the US-led coalition, which has bombed jihadi positions around the town in coordination with the PYD. It also prompted Kurdish riots across south-east Turkey resulting in more than 40 dead.
At the same time, Turkey's air force bombed PKK positions near the Iraqi border for the first time in two years, calling into question the 2013 ceasefire declared by Abdullah Ocalan, the jailed PKK leader. PKK commanders warned that if Turkey let Kobani fall, they would go back to war.
Yet now that the United States has dropped arms to Kobani’s defenders, Erdogan has been forced to relent and open a Turkish corridor for Peshmerga fighters from Iraq to reinforce Kobani.
Turkish officials fear this will provoke reprisals in Turkey by IS, activating networks it built during the two years the Erdogan government allowed jihadi volunteers to cross its territory to fight in Syria. Almost anything Turkey does now comes with big risks.
The polarization within Turkey along sectarian and ethnic lines - which analysts say Erdogan has courted with his stridently Sunni tone as communal conflict between Sunni and Shi'ite rages to Turkey’s south - is easy to detect in the poor and deeply conservative district of Fatih in Istanbul.
“I prefer to have IS than PKK in control of Kobani,” says Sitki, a shopkeeper. “They are Muslims and we are Muslims. (But) we as Muslims should be ruled by the Koran under Sharia law."
Another local shopkeeper, Nurullah, 35, broadly agreed:
Syria's President Bashar al-Assad (2nd L) attends Eid al-Adha prayers at al-Nu'man bin Bashi …
“The only mistake the government has made is to open the door to Kurdish refugees. PYD and PKK are the same, both terrorists. How do (the Americans) have the nerve to ask us to help PYD?”
Of course Islamic State has sympathizers here because they are wiping out the PKK,” Nurullah continued.
Nearby, a bearded Arabic-speaking man who declined to be named said it made sense that “Turkey as a Sunni nation supports IS over the crusaders”, a hostile reference to the US-led coalition against IS of which Turkey looks an unwilling party.
The increasingly overt Sunni alignment of Erdogan’s Turkey is, paradoxically, contributing to its isolation, at a time when the United States has won the support of the Sunni Arab powers, led by Saudi Arabia, in the campaign against IS.
Partly, that is because Erdogan and his new prime minister Ahmet Davutoglu, who as foreign minister was the architect of Turkey’s eastward turn away from the EU, continue to champion the pan-Islamic Muslim Brotherhood, ousted in Egypt last year and banned across the Gulf.
But it is also because of Ankara’s ambivalence towards IS, which some in Turkey’s government saw as a bulwark against its three main regional adversaries: the Assad regime, the Shi'ite-led government in Iraq, and the Kurds.
“Their policy is making Turkey look completely isolated”, says Hugh Pope of the International Crisis Group.
Yet there is a wide consensus that Erdogan and his Islamist Justice and Development Party (AKP) tried and failed to take a leadership role as the turmoil of the Arab Spring swept across the region and have ended up by infecting Turkey’s secular republic with the sectarianism plaguing the Levant.
Turkey's President Tayyip Erdogan waves as he attends a debate marking the reconvene of the parl …
"From a zero problems policy (with neighbors) to zero neighbors,” said a headline in the leftist Evrensel newspaper in reference to the AKP policy of entente with neighboring states.
Behlul Ozkan, a political scientist at Istanbul’s Marmara University, says the Erdogan government has supported Islamist movements in the Middle East to establish a sphere of influence and play a leadership role.
“When the Arab Spring started, Davutoglu saw it as an opportunity for his imperial fantasy of establishing the Ikhwan (Muslim Brotherhood) belt from Tunisia to Gaza.
"They are obsessed with destroying the Assad regime. They see IS as an opportunity for Turkey since it is fighting its enemies on three fronts: against Baghdad’s Shi’ite-dominated leadership, against Assad, and the PYD, which is an affiliate of the PKK.”
Soli Ozel, a prominent academic and commentator, said the Erdogan government's initial expectation was that the Muslim Brotherhood would come to power in Syria.
“Turkish officials believed a year and a half ago they could control the jihadis but they played with fire. This was a policy of sectarianism and they got into something ... they couldn’t control, and that is why we are here”.
Other commentators and Turkish officials say Western and Arab powers that called for Assad to be toppled but refused to give mainstream Syrian rebels the weapons to do it are to blame for the rise of Jihadis in the resulting vacuum.
“They (Turkish officials) bet on Assad to fall and when they lost, instead of backing off they are doubling down,” says Hakan Altinay of the Brookings Institution. “They are not the only culprits. The international community is also a culprit in this affair”.
But uppermost among Ankara’s fears is the prospect that Syrian Kurds led by the PYD -- newly legitimized by their alliance with the United States -- will establish a new Kurdish entity on Turkey’s frontiers, which will incite Turkey's Kurds to seek self government.
“In the realpolitik of all this, IS is fighting all the enemies of Turkey -- the Assad regime, Iraqi Shi'ites and the Kurds -- but the spillover effect is that it is now paying the price in terms of its vulnerability on the Kurdish question,” says Kadri Gursel, a prominent liberal columnist.
Cengiz Candar, veteran columnist and expert on the Kurdish issue adds: “If Syrian Kurds are successful and establish self-rule they will set a precedent and a model for Turkey’s Kurds, and more than 50 percent of Kurds in the world live here”.
Turkey is thus caught between two fires: the possibility of the PKK-led Kurdish insurgency inside Turkey reviving because of Ankara’s policy towards the Syrian Kurds; and the risk that a more robust policy against IS will provoke reprisal attacks that could be damage its economy and the tourist industry that provides Turkey with around a tenth of its income.
Internationally, one veteran Turkish diplomat fears, IS “is acting as a catalyst legitimizing support for an independent Kurdish state not just in Syria but in Turkey” at a time when leading powers have started to question Turkey’s ideological and security affiliations with the West".
Samia Nakhoul

In October 2014, the Plymouth Institute for Peace Research (www.pipr.co.uk) asked Noam Chomsky to comment on some important world developments, including the threat of nuclear war, the recent escalation of violence in Gaza, and the growth of ISIS in Iraq.

This year commemorates the centenary of the 1914-18 First World War. What are your reflections?
THERE IS much debate about assignment of responsibility/blame for the outbreak of this horrendous conflict, along with general agreement about one point: There was a high level of accident and contingency; decisions could easily have been different, avoiding catastrophe. There are ominous parallels to nuclear catastrophe.
An investigation of the history of near-confrontations with nuclear weapons reveals how close the world has come to virtual self-annihilation, numerous times, so much so that escape has been a near miracle, one unlikely to be perpetuated for too long.  The record underscores the warning of Bertrand Russell and Albert Einstein in 1955 that we face a choice that is “stark and dreadful and inescapable: Shall we put an end to the human race; or shall mankind renounce war?”
A second no less chilling observation is the alacrity of the rush to war on all sides, in particular the instant dedication of intellectuals to the cause of their own states, with a small fringe of notable exceptions, almost all of whom were punished for their sanity and integrity – a microcosm of the history of the cultivated and educated sectors of society, and the mass hysteria that they often articulate.
The commemorations began around the same time as Operation Protective Edge. It is a tragic irony that Gaza is home to WWI memorial graves. What were the real—as opposed to rhetorical reasons—for Israel’s latest assault on Gaza?
It is critically important to recognize that a pattern was established almost a decade ago and has been followed regularly since: A ceasefire agreement is reached, Israel makes it clear that it will not observe it and continues its assault on Gaza (and illegal takeover of what it wants elsewhere in the occupied territories), while Hamas observes the ceasefire, as Israel concedes, until some Israeli escalation elicits a Hamas response, offering Israel a pretext for another episode of “mowing the lawn” (in Israel’s elegant parlance).
I have reviewed the record elsewhere; it is unusually clear for historical events.  The same pattern holds for Operation Protective Edge.  Another of the series of ceasefires had been reached in November 2012. Israel ignored it as usual, Hamas observed it nevertheless.
In April 2014, Gaza-based Hamas and the Palestine Authority in the West Bank established a unity government, which at once adopted all of the demands of the Quartet (the US, EU, UN, Russia) and included no Hamas members.  Israel was infuriated, and launched a brutal operation in the West Bank, extending to Gaza, targeting mainly Hamas.  As always there was a pretext, but it quickly dissolves on inspection.  Finally killings in Gaza elicited a Hamas response, followed by Protective Edge.
The reasons for Israel’s fury are not obscure.  For 20 years, Israel has sought to separate Gaza from the West Bank, with full US support and in strict violation of the Oslo Accords that both had signed, which declare the two to be a single indivisible territorial entity.
A look at the map explains the reasons.  Gaza offers the only access for Palestine to the outside world; without free access to Gaza, any autonomy that might be granted to some fragmented Palestinian entity in the West Bank will be effectively imprisoned.
The Governments of Israel, Britain, and the US are surely thrilled with the appearance of ISIS; a new ‘threat’ providing them with new excuses for war and internal repression. What are your thoughts about ISIS and the latest bombing of Iraq?
Reporting is limited, so what we can conclude is necessarily a construction from scattered evidence.  To me it looks like this: ISIS is a real monstrosity, one of the many horrifying consequences of the US sledgehammer, which among other crimes, incited sectarian conflicts that may by now have destroyed Iraq finally and are tearing the region to shreds.
The almost instantaneous defeat of the Iraqi army was quite an astonishing event.  This was an army of 350,000 men, heavily armed, trained by the US for over a decade.  The Iraqi army had fought a long and bitter war against Iran through the 1980s.  As soon as it was confronted by a few thousand lightly armed militants, the commanding officers fled and the demoralized troops either fled with them or deserted or were massacred.
By now ISIS controls almost all of Anbar province and is not far from Baghdad.  With the Iraqi army virtually gone, the fighting in Iraq is in the hands of Shiite militias organized by the sectarian government, which are carrying out crimes against Sunnis that mirror those of ISIS.
With crucial assistance from the military wing of the Turkish Kurds, the PKK, the Iraqi Kurdish Peshmerga has apparently held off ISIS.  It seems that the PKK are also the most significant force that rescued the Yazidi from extermination and are holding off ISIS in Syria, including the crucial defense of Kobane.
Meanwhile Turkey has escalated its attacks against the PKK, with US tolerance if not support.  It appears that Turkey is satisfied to watch its enemies – ISIS and the Kurds – killing one another within eyesight of the border, with awful consequences likely if the Kurds cannot withstand the ISIS assault on Kobane and beyond.
Another major opponent of ISIS, Iran, is excluded from the US “coalition” for policy and ideological reasons, as of course is their ally Assad.  The US-led coalition includes a few of the Arab oil dictatorships that are themselves supporting competing jihadi groups.  The major one, Saudi Arabia, has long been the major source of funding for ISIS as well as providing its ideological roots—no small matter.
ISIS is an extremist offshoot of Saudi Wahabi/Salafi doctrines, themselves an extremist version of Islam; and a missionary version, using huge Saudi oil resources to spread their teachings throughout much of the Muslim world.  The US, like Britain before it, has tended to support radical fundamentalist Islam in opposition to secular nationalism, and Saudi Arabia has been a primary US ally since the family dictatorship was consolidated and vast oil resources were discovered there.
The best informed journalist and analyst of the region right now, Patrick Cockburn, describes US strategy, such as it is, as an Alice-in-Wonderland construction, opposing both ISIS and its main enemies, and loosely incorporating dubious Arab allies with limited European support.
An alternative would be to adhere to domestic and international law: appealing to the UN Security Council and then following its lead, and seeking political and diplomatic avenues to escape from the morass or at least mitigate its horrors.  But that is almost unthinkable in US political culture.
As military operations in Iraq grow, NATO further destabilizes Ukraine. What are your thoughts about the US-Russia proxy conflict and its potential for nuclear war?
It is an extremely dangerous development, which has been brewing ever since Washington violated its verbal promises to Gorbachev and began expanding NATO to the East, right to Russia’s borders, and threatening to incorporate Ukraine, which is of great strategic significance to Russia and of course has close historical and cultural links.
There is a sensible analysis of the situation in the leading establishment journal, Foreign Affairs, by international relations specialist John Mearsheimer, entitled “Why the Ukraine Crisis Is the West’s Fault.” The Russian autocracy is far from blameless, but we are now back to earlier comments: we have come perilously close to disaster before, and are toying with catastrophe again.  It is not that possible peaceful solutions are lacking.
One final thought, about a dark and menacing cloud that looms over everything we discuss: like the proverbial lemmings, we are marching resolutely towards an environmental crisis that may well displace other concerns, in the not too distant future.
Noam Chomsky

                                     Recomendo a leitura: ISIS’ fighting doctrine: Sorting fact from fiction
Tariq Ramadam é um acadêmico suiço, professor de Teologia  e de Contemporary Islamic Studies em Oxford, Inglaterra; professor de Islamismo na Universidade do Qatar e diretor de pesquisa no Centro Islâmico de Legislação e Ética, em Doha. 


Filme de Dalton Trumbo baseado em seu livro homônimo: 
Johnny got his gun (1971) legendado em português

Dalton Trumbo depõe no HUAC, nos Estados Unidos
onde Joe McCarthy "caçava bruxas" liberais
Johnny got his gun - Christmas' scene,
com Benjamin Mckenzie

domingo, 19 de outubro de 2014

Rogue State of Israel vs State of Palestine


The rift over access to Al-Aqsa mosque
IDF bloqueia acesso à mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém

Na semana passada, enquanto o Parlamento britânico protestatava contra o injusto status quo da Palestina, Israel continuava seu bloqueio da Faixa de Gaza, apesar de ter se comprometido ao contrário no Acordo de cessar-fogo, e continuava sua violência quotidiana na Cisjordânia.
A semana terminou com vários feridos nos confrontos de pedras contra artilharia. E uma vítima. Um menino de 13 anos, Bahaa Badr. Bahaa foi morto quando tropas da IDF invadiram Beit Liqya, cidadezinha próxima do muro da vergonha, e quando se retirava, veículos e soldados foram apedrejados. Segundo um porta-voz da IDF, a resistência dos jovens palestinos à invasão da tropa da IDF era uma "illegal riot" e foi por isso que cravaram chumbo na garotada.
Desde a Operação Protective Edge na Faixa de Gaza que a repressão da IDF na Cisjordânia multiplicou de crueldade, embora a situação já estivesse péssima desde fevereiro de 2014 quando extremistas israelenses reivindicaram a posse de Jerusalém, que pertence legalmente à Palestina, e do local que abriga a mesquita Al Aqsa.
A situação em Jerusalém está cada vez mais insuportável para os nativos, pois os colonos/invasores civis estão cada vez mais agressivos e os soldados da IDF com atitudes cada vez mais de bandidos e não de militares de um exército honrado. Humilham constantemente os adultos, atiram nos adolescentes e nos meninos só para passar tempo, e fazem incursões militares em bairros e vilarejos vizinhos só para aterrorizar as famílias palestinas.
Pois é, Israel invade, ocupa, bombardeia civis, atira em meninos e adolescentes para que virem deficientes, e cadê as sanções da UE e dos EUA? A Rússia foi inundada de sanções por mil vez menos do que isso. São os Dois pesos e duas medidas. É disto que o mundo está farto. Até os lordes ingleses.
A situação em Jerusalém, e na Cisjordânia inteira, vem se deteriorando desde fevereiro
British MPs back recognition of Palestine
Parlamento britânico reconhece o Estado da Palestina
  
Primeiro foi a Suécia, depois, no dia 14 de outubro foi a vez da Inglaterra reconhecer o Estado da Palestina.
Os deputados britânicos aprovaram o reconhecimento da Palestina por 274 votos a favor e 12 contraA abstenção foi alta - dos 650 deputados, apenas 286 ousaram votar, mas até este fato é significante. Os do Partido Trabalhista que desertaram o plenário foram uma minoria, e a grande maioria dos conservadores ausentes mostra que não tiveram coragem de votar a favor da medida, mas que deixaram de apoiar Israel à vista.
Alguns dos ausentes se abstiveram por ocuparem cargos ministeriais (tanto na Inglaterra quanto na França, os políticos acumulam mandatos - e nós reclamamos de tráfico de influência...) e por isso tinham de manter-se de fora. Outros não apareceram porque o Labour Party (Partido Trabalhista) pediu que os deputados que fossem ao plenário votassem "yes", daí a minoria contrária ausentar-se; e por outro lado, a maioria absoluta dos Tory, partido conservador, ter preferido não dar as caras e ficar em cima do muro a fim de preservar seus fundos de campanha patrocinadas por sionistas.
O voto é simbólico, pois o Primeiro Ministro David Cameron não é obrigado a tomar a posição que tomou o Primeiro Ministro sueco no início do mês.
Porém, há implicações concretas inegáveis. Mostra que o Partido Trabalhista endossou oficialmente o reconhecimento da Palestina, assim como a maioria absoluta de seus representantes parlamentares. O que é lógico, por causa da demanda das bases. E embora os ministros do partido Liberal Democrat que co-governa com os Tory tenham se asbtido, o partido apoia o reconhecimento da Palestina por 39 a 6. E apesar da abstenção massissa dos deputados Tory, o editor do website do partido deixa claro que o apoio a Israel está slipping away- ou seja, desaparecendo. Prova disso foram os pronunciamentos de Sir Richard Ottaway e de Sir Alan Duncan.
Durante o debate os ânimos se exaltaram em relação às invasões/colônias civis israelenses na Cisjordânia, à crueldade do ataque em Gaza e à falta de consenso international no tocante à solução dos dois-Estados. Antes e durante a sessão os deputados se revezaram em expor os horrores da ocupação, da opressão, assassinatos quotidianos e das operações sanguinárias como a Protective Edge. Os deputados denunciaram a lorota reiterada há poucos dias pelos EUA e defendida por um ou dois representantes de Cameron,  que a pressão internacional sobre Israel era "nociva ao peace process", mas até um ex-ministro conservador declarou que este discurso estadunidense era "patently absurd, whhile refusing Palestinian recognition is tantamount to giving Israel the right of veto". E um trabalhista foi explícito: "Israel's occupation and illegal settlements can be reversed only by actions, not simply words".
Concordo pleanamente. E há atos precedidos de poucas palavras que valem por todo um tratado. Como o pronunciamento perigoso para Israel de um Tory conservadoríssimo, Sir Richard Ottaway, que citei acima. Ele disse que sua amizade e compromisso com Israel eram longos e profundos, que precediam sua entrada no Parlamento. Porém, disse Sir Richard, a conduta recente de Israel, inclusive o confisco de terra palestina, o levaram ao desespero. E portanto ele não tinha como votar contra a moção de reconhecimento do Estado da Palestina. "I was a friend of Israel long before I became a Tory. I have stood by Israel through thick and thin. But a I realise now, in truth, looking back over the past 20 years, that Israel has been slowly dirfting away from world public opinion. the annexation of the 950 acres of the West Bank just a few months ago has outraged dme more than anything ele in my political life. I have to say to the Government of Israel that if they are losing people like me, they will be losing a lot of people". A mensagem do presidente da Comissão Tory de Relações Exteriores não podia ser mais clara: Binyamin Netanyahu, quando vocês chegam a perder até gente como eu, quanto mais gente estão perdendo e vão perder nos próximos dias, meses, anos? Respeite as leis internacionais senão só vai ficar com amigos bandidos! Como Hitler, que acabou ficando só Mussolini. Até o general espanhol Franco, igualmente sanguinário, na época de seu terrível programa de limpeza étnica, declarou neutralidade.
Ora, quem conhece Israel e o governo israelense sabe que a única coisa que Netanyahu entende é pressão, é ameaça, é sanção, enfim, atos eloquentes. Palavras, com ele e sua corja, são vãs porque eles ouvem atravessado, respondem com mentiras e sarcamo, e continuam a ocupar terreno e a oprimir os palestinos, que eles não consideram humanos.
O voto do Parlamento britânico não é lei, mas mostra claramente para onde está indo a simpatia europeia. Pois os governos britânico e francês são, teoricamente, os melhores amigos de Tel Aviv, embora a população de ambos os países seja majoritariamente a favor do reconhecimento da Palestina, sobretudo os ingleses. Isto, somado ao anúncio do Primeiro Ministro sueco Stefan Lofven no início do mês, a frustração crescente da União Europeia  e à firmeza da América Latina com Israel, liderados por Chile e Brasil (com a Dilma no comando, já que o PSDB é tradicionalmente subordinado aos EUA e ao grande capital), é presságio de mudança.
Assim como foi a reunião no Cairo dos doadores para a reconstrução da Faixa de Gaza.
Ao ponto de um dos piores cupinchas de Binyamin Netanyahu, o general Ehud Barak há pouco ter lamentado que "On the matter of borders, the entire world is with the Palestinians and not with us". Quando foi Primeiro Ministro, ele foi inflexível com Yasser Arafat em Campo David quando podia ter solucionado o problema com facilidade, e durante seu governo, as colônias se multiplicaram, a repressão foi feroz, até levar à Segunda Infitifada após o general Ariel Sharon ter invadido a esplanada da Mesquita al-Aqsa em Jerusalém ns primórdios do terceiro milênio. Hipocrisia pouca é bobagem.
Para quem apóia uma solução pacífica e justa o voto do parlamento britânico renovou as esperanças de uma solução unilateral imposta a Israel guela abaixo - a não ser que queria virar pária mundial como a Àfrica do Sul virou durante o apartheid.
O Parlamento britânico declarou com seu voto: Reconheçamos o Estado da Palestina, terminemos com o sítio ilegal da Faixa de Gaza, derrubemos o muro da vergonha como derrubamos o de Berlin, e obriguemos Israel a respeitar as leis internacionais.
Assino embaixo.    
Good man, great speech
Sir Alan Duncan 
Conservative Member of British Parliament and former Tory Minister 
delivers a hard-hitting speech on the Israel-Palestinian "Peace process"
RUSI (Royal United Services Institute) (14/10/2014)
After his brilliantly human speech on Parliament, Jewish groups have reacted angrily to Sir Alan Duncan, who described settlement building in the Occupied West Bank as an “ever-deepening stain on the face of the globe”.
The Board of Deputies of British Jews said that part of Sir Alan’s argument – that US thinking on the issue of settlements as being dominated by “a very powerful financial lobby” was, guess what – anti-semitic...
The Board’s vice-president, Jonathan Arkush said a lot of nasty things, and then, he added: “If this was not bad enough, Sir Alan made the extraordinary demand that anyone who ‘endorses settlements’ (whatever that may mean) cannot be considered ‘fit to stand for election, remain a member of a mainstream political party, or sit in a Parliament.’ We invite Sir Alan to reconsider the implications of those words."
Sir Alan Duncan declined to comment on those idiocies. 
The fact is that under international law, settlements in the West Bank are illegal and under human standards the occupation is scandalous. 
The Israeli government has increased settlement activity this year. Last month, the biggest single project for 30 years was announced. Palestinians and international observers say that the 1,000 acre bloc, Etzion, and other settlements, threaten the possibility of a contiguous future Palestinian state.

Cross Talk: Recognizing Palestine (20/10/14)

"I watched the entire House of Commons debate on a motion to recognise a Palestinian state on Monday night, then read your reportthe next morning. It was as if your reporters were describing a different occasion. In just over 100 lines, you gave 38 lines to the admittedly significant change of heart by Conservative Richard Ottaway; five lines to the anti-recognition sentiments of Conservative Sir Malcolm Rifkind; 17 lines to the largely incoherent speech of an Israel supporter, Conservative MP James Clappison; and 21 to the rather measured words in support of the motion by Jack Straw. What was missing was any reference to the 40 or so passionate speeches by MPs of all parties condemning the decades of injustice, suffering and deaths imposed on the Palestinians by Israel, and calling for the British government to pressure Israel directly rather than make ineffectual statements of mild criticism from time to time. Although your paper presumably went to press before the vote, it was clear from the beginning of the debate that the House was overwhelmingly supportive of statehood for Palestine, and yet you hardly mentioned the arguments in favour, even those made by the proposer Grahame Morris, quoting one short phrase from his speech. As it was, the vote was an overwhelming 274 in favour of the motion and only 12 against, but no one would have guessed that outcome from your coverage of the debate".
Carta do escritor Karl Sabbagh (Palestine, A personal History) para o jornal inglês The Guardian.

Repercussão no Fatah, na Cisjordânia

Repercussão em Israel do voto pró-palestino em Londres. Com a palavra, Uri Avnery:
"If the British parliament had adopted a resolution in favor of the Israeli occupation of the West Bank, the reaction of our media would have been like this:
"In an atmosphere of great enthusiasm, the British parliament adopted with a huge majority a mere 12 against) a pro-Israeli motion... Over half the seats were occupied, more than usual... the opponents of Israel were in hiding and did not dare to vote against..."
Unfortunately, the British parliament voted this week on a pro-Palestinian resolution, and our media reacted almost unanimously like this: "The hall was half empty…there was no enthusiasm…a meaningless exercise…Only 274 Members voted for the resolution, which is not binding…Many Members stayed away altogether…"Yet all our media reported on the proceedings at length, many related articles appeared in the newspapers. Quite a feat for such a negligible, unimportant, insignificant, inconsequential, trivial, petty act.
A day before, 363 Jewish Israeli citizens called upon the British Parliament to adopt the resolution [below], which calls for the British government to recognize the State of Palestine. The signatories included a Nobel Prize laureate, several winners of the highest Israeli civilian award, 2 former cabinet ministers and four former members of the Knesset (including myself), diplomats and a general.
The official propaganda machine did not go into action. Knowing that the resolution would be adopted anyhow, it tried to downplay the event as far as possible. The Israeli ambassador in London could not be reached.
Was it a negligible event? In a strictly procedural sense it was. In a broader sense, far from it. For the Israeli leadership, it is the harbinger of very bad news.
A few days before, a similar news item came from Sweden. The newly elected leftist prime minister announced that his government was considering the recognition of the State of Palestine in the near future.
Sweden, like Britain, was always considered a "pro-Israeli" country, loyally voting against "anti-Israel" resolutions in the UN. If such important Western nations are reconsidering their attitudes towards the policy of Israel, what does it mean?
Another unexpected blow came from the South. The Egyptian dictator, Muhammad Abd-al-Fatah al-Sisi, disabused the Israeli leadership of the notion that the "moderate" Arab states would fill the ranks of our allies against the Palestinians. In a sharp speech, he warned his new-found soul-mate, Binyamin Netanyahu, that the Arab states would not cooperate with Israel before we make peace with a Palestinian state.
Thus he punctured the newly inflated balloon floated by Netanyahu – that pro-American Arab states, such as Egypt, Saudi Arabia, Jordan, the Emirates, Kuwait and Qatar, would become open allies of Israel.
In South America, public opinion has already shifted markedly against Israel. The recognition of Palestine is gaining ground in official circles, too. Even in the US, unconditional support for the Israeli government seems to be wavering.
What the hell is going on?
What is going on is a profound, perhaps tectonic change in the public attitude towards Israel.
For years now, Israel has been appearing in world media mainly as a country that occupies the Palestinian lands. Press photos of Israelis almost always show heavily armed and armored soldiers confronting protesting Palestinians, often children. Few of these pictures have had an immediate dramatic impact, but the cumulative, incremental effect should not have been underestimated.
A truly alert diplomatic service would have alerted its government long ago. But our foreign service is thoroughly demoralized. Headed by Avigdor Lieberman, a brutal heavyweight bully considered by many of his colleagues around the world as a semi-fascist, the diplomatic corps is terrorized. They prefer to keep quiet.
This ongoing process reached a higher pitch with the recent Gaza war. It was not basically different from the two Gaza wars that preceded it not so long ago, but for some unfathomable reason it had a much stronger impact.
For a month and a half, day after day, people around the world were bombarded with pictures of killed human beings, maimed children, crying mothers, destroyed apartment buildings, damaged hospitals and schools, masses of homeless refugees. Thanks to Iron Dome, no destroyed Israeli buildings could be seen, nor hardly any dead Israeli civilians.
An ordinary decent person, whether in Stockholm or Seattle or Singapore, cannot be exposed to such a steady stream of horrible images without being affected – first unconsciously, then consciously. The picture of "The Israeli" in the mind's eye changes slowly, almost imperceptibly. The brave pioneer standing up to the savages around him mutates into an ugly bully terrorizing a helpless population.
Why do Israelis not realize this? Because We Are Always Right.
It has often been said before: the main danger of propaganda, any propaganda, is that its first victim is the propagandist himself. It convinces him, rather than his audience. If you twist a fact and repeat it a hundred times, you are bound to believe it.
Take the assertion that we were compelled to bomb UN installations in the Gaza Strip because Hamas was using them to launch rockets at our towns and villages. Kindergartens, schools, hospitals and mosques were targeted by our artillery, planes, drones and warships. 99% of Israelis believe that this was necessary. They were shocked when the UN General Secretary, Ban Ki-moon, who visited Gaza this week, claimed that this was totally inadmissible.
Doesn't the General Secretary know that ours is the Most Moral Army in the World?
Another assertion is that these buildings were used by Hamas to hide their arms. A person of my age reminded us this week in Haaretz that we did exactly the same during our fight against the British government of Palestine and Arab attackers: our arms were hidden in kindergartens, schools, hospitals and synagogues. In many places there are now proud memorial plaques as a reminder.
In the eyes of the average Israeli, the extensive killing and destruction during the recent campaign was completely justified. He is quite incapable of understanding the world-wide outrage. For lack of another reason, he attributes it to anti-Semitism.
After one of the Lebanon wars (I forget which) I received an unusual message: an army general invited me to give a lecture to his assembled officer corps about the impact of the war on the world media. (He probably wanted to impress his officers with his enlightened attitude.)
I told the officers that the modern battlefield has changed, that modern wars are fought in the full glare of the world media, that today's soldiers have to take this into account while planning and fighting. They listened respectfully and asked relevant questions, but I wondered if they were really absorbing the lesson.
Soldiering is a profession like any other. Any professional person, be he (or she) a lawyer or a street-cleaner, adopts a set of attitudes suitable to it.
A general thinks in real terms: how many troops for the job, how many cannon. What is necessary to break the enemy's resistance? How to reduce his own casualties?
He does not think about photos in the New York Times.
In the Gaza campaign, children were not killed nor houses destroyed arbitrarily. Everything had a military reason. People had to be killed in order to reduce the risk to the lives of our soldiers. (Better a hundred Palestinians killed than one Israeli soldier.) People had to be terrorized to make them turn against Hamas. Neighborhoods had to be destroyed to allow our troops to advance, and also to teach the population a lesson they will remember for years, thus postponing the next war.
All this makes military sense to a general. He is fighting a war, for God's sake, and cannot be bothered with non-military considerations. Such as the impact on world public opinion. And anyway, after the Holocaust…
What the general thinks, Israel thinks.
Israel is not a military dictatorship. General al-Sisi may be Netanyahu's best friend, but Netanyahu is not a general. Israel likes doing business, especially arms business, with military dictators all around the world, but in Israel itself the military obeys the elected civilian government.
True, but…
But the State of Israel was born in the middle of a hard-fought war, the outcome of which was by no means assured at that moment. The army was then, and is now, the center of Israel's national life. It may be said that the army is the only truly unifying element in Israeli society. It is where males and females, Ashkenazi and Oriental, secular and religious (except the orthodox), wealthy and poor, old-timer and new immigrant meet and are indoctrinated in the same spirit.
Most Jewish Israelis are former soldiers. Most officers, who leave the army in their mid-40s, spread out in the administrative, economic, political and academic elite. The result is that the military mindset is dominant in Israel.
This being so, Israelis are quite unable to comprehend the turn of world public opinion. What do they want from us, these Swedes and Britons and Japanese? Do they believe that we enjoy killing children, destroying homes? (As Golda Meir memorably once declared: "We can forgive the Arabs for killing our children, but we shall never forgive them for compelling us to kill their children!")
The founders of Israel were very conscious of world public opinion. True, David Ben-Gurion once declared that "it is not important what the goyim are saying, what is important is what the Jews are doing!" but in real life Ben-Gurion was very conscious of the need to win over world opinion. So was his adversary, the right-wing Zionist leader Vladimir Jabotinsky, who once told Menachem Begin that if he despairs of the conscience of the world, he should "jump into the Vistula".
World public opinion is important. More than that, it is vital. The British Parliament's resolution may be non-binding, but it expresses public opinion, which will sooner or later decide government action on arms sales, Security Council resolutions, European Union decisions and what not. As Thomas Jefferson said: "If the people lead, then eventually the leaders will follow."
The same Jefferson recommended "a decent respect for the opinion of mankind."
 Uri Avnery, 14/10/2014

Hundreds of Israeli public figures call upon Members of the British Parliament to vote in favor of recognizing the State of Palestine. Press Release, October 13, 2014
363 Israeli public figures have signed a letter to the Members of the British Parliament, calling upon them to vote in favor of British recognition of a Palestinian State, to be created side-by-side with Israel.
The letter was handed on Sunday noon to representatives of the British MPs supporting the motion, due to be voted tomorrow (Monday). The Israeli letter was initiated by Dr. Alon Liel, former Director-General of the Israeli Foreign Ministry; Prof. Amiram Goldblum, a founder of the Peace Now movement; and Yehuda Shaul of “Breaking the Silence”.
The letter reads: "We, Israelis who worry and care for the well-being of the state of Israel, believe that the long-term existence and security of Israel depends on the long-term existence and security of a Palestinian state. For this reason we, the undersigned, urge members of the UK Parliament to vote in favor of the motion to be debated on Monday 13th October 2014, calling on the British Government to recognize the State of Palestine alongside the State of Israel ".
Signatories include: Nobel Prize Laureate (Economics) Daniel Kahneman Six Laureates of the Israel Prize - Professors Alice Levy, David Har’el, Shimon Sandbank, Yehoshua Kolodny, Yona Rosenfeld and Yoram Bilu; Two former ministers - Ran Cohen and Yossi Sarid, as well as four former Knesset Members - Uri Avnery, Yael Dayan, Mossi Raz and Naomi Chazan; Former Ambassador and Director General of the Israeli Foreign Ministry, Dr. Alon Liel, as well as former Ambassador Ilan Baruch; Gen. (ret.) Emanuel Shaked, former of the Paratooper Corps; Former Attorney General Michael Ben-Yair; Four writers – Yehoshua Sobol, Yehudit Kafri, Savyon Liebrecht and Amos Mokadi; Professor Rafi Walden, Deputy Ditector of the Shiba Hospital and Chair of "Physicians for Human Rights" Yuval Rahamim, Co-Chair of "Bereaved Families for Palestinian-Israeli Peace" and the grouop’s founder Yitzhak Frankenthal; As well as many residents of Gaza border communities and other peace and social rights activists.
Dispatch: Israeli Lobby in the United Kingdom 
Documentário de Peter Oborne (2009)
Reconstruction of Gaza
"We've been here before. On October 12, the international community came together in Cairo and pledged $5.4bn towards the reconstruction of Gaza, over $1bn more than was requested including $1bn given by Qatar alone. The need has never been greater. Gaza was becoming "unliveable" before the unprecedented destruction and displacement of Israel's bombardment - today the situation is utterly dire.
It was estimated that $4bn is needed to repair the damage from the latest violence. Back in 2009, a similar amount, $4.4bn, was pledged following Israel's "Operation Cast Lead". It was never delivered. Most of the projects to rebuild homes and hospitals and schools, the water and sewage systems, and the power station, all of them desperately needed, never took place; not because the donors' broke their promises - but because the materials necessary for rebuilding were not allowed into Gaza.
Now that the donor conference has happened with all the pomp and ceremony that characterise such events, we must focus on learning the lessons from Cast Lead. It is not enough to pledge large sums. There must be cast iron assurances from Israel that the goods will be allowed in. There must be assurances also that exports will be allowed out and that Gaza's shattered economy will be enabled to recover. 
I was working with the UN at the time of Cast Lead, as head of the World Health Organisation (WHO) office for West Bank and Gaza. I was closely involved in the emergency response and the subsequent efforts over the following five years to support a recovery. It never happened.
All our efforts were thwarted by Israel's Kafkaesque obstruction and bureaucracy. They tied us up in knots negotiating how many trucks would be allowed in, when crossings would be open or closed, what information was needed for goods to be cleared, how many permits they would issue for UN drivers, and so on and so forth. Hopes were sometimes raised of a breakthrough, especially after the Mavi Marmara incident and the escalation of the conflict in November 2012, only for our expectations to be disappointed.
Could things be different this time round? The details of the "Serry Plan" were leaked last week. The plan, which puts the UN and the Palestinian Authority at the heart of things, should lead to significant amounts of aid and rebuilding materials being allowed into Gaza.
The UN estimates that Gaza needs 89,000 housing units, a figure that includes the 18,000 units that were destroyed or rendered uninhabitable during Operation Protective Edge and the pre-crisis deficit of 71,000.
At the current rate of entry for construction materials, it would take 18 years to import the materials needed for that reconstruction. If, however, the plan works, it will be a major step towards ending the blockade  and starting to rebuild Gaza's decimated infrastructure.
There are urgent health challenges facing Gaza too. The 62 hospitals and clinics that were damaged or destroyed in the recent conflict must be rebuilt. The state of equipment in Gaza's hospitals is deplorable; it must be replaced - and proper systems put in place for maintenance and repair. Thousands were seriously wounded and there needs to be free movement of medics, medicines and equipment into Gaza. Investment in resources are needed to provide community-based rehabilitation. As winter approaches, decent shelters must be provided for tens of thousands of people who are still displaced.
We should be clear about the costs of failure. Without the restoration and expansion of the water, electricity, sewerage processing facilities, health and educational services, life in Gaza will not be tenable by 2020. Gaza being unliveable may even happen sooner than that with concerns that the water supply can only be sustained until 2016. I was in Gaza with a medical mission during a brief ceasefire in the war. There was desperation for things to change, to offer hope of a better future. There was talk of emigration and now we've even seen the tragic appearance of Palestinian "boat people" for the first time.
The rebuilding of Gaza must be undertaken as part of a larger plan for Palestinian statehood in both the West Bank and Gaza. European foreign ministers have been clear that the return to the status quo in Gaza "is not an option".
Norwegian Foreign Minister Boerge Brende said following the conference that it was a "very important signal of solidarity to the Palestinian people". Gaza remains today a potent symbol of international failure to mediate the conflicts of our time. The pledges made on October 12 represent yet another chance to "get it right". If we don't, then we must prepare ourselves for renewed conflict in the near future". 
Tony Laurance is the Chief Executive of Medical Aid for Palestinians and former Head of the WHO in Palestine.
UN chief Ban Ki Moon visits Gaza
Secretário Geral da ONU visita Gaza

What will become of the Gaza Strip? The American academic Sara Roy doubts that there is a future for Gaza and its inhabitants following the recent Israeli offensive. Bettina Marx has the details.
“Everything is different this time,” says Sara Roy. This time, she says, the Gaza Strip cannot simply be rebuilt; the wounds of this last war could prove too severe to heal. The 1.8 million inhabitants of this thin coastal region have no hope of any immediate improvement of their situation following this summer’s Israeli military offensive known as“Protective Edge”.
As a result, for the first time in recent history, a true exodus is taking place. Hundreds of Palestinians have already fled the Gaza Strip. They have been smuggled through tunnels under the border to Egypt where they have boarded ships to cross the Mediterranean. “People are simply leaving. They are fleeing from the intolerable conditions in Gaza,” says the Boston academic.
Just the other week, a ship with 500 passengers, many of them Palestinians from Gaza, sunk off the coast of Malta. “This has never happened before,” stresses Roy. “Even in the worst of times, people never considered abandoning the Gaza Strip.” Now, however, Palestinians from all social strata and all political camps are leaving. Even members of Hamas and Islamic Jihad are sending their children abroad to give them the chance of a better future.
Sara Roy is a senior research scholar at the prestigious Harvard University Center for Middle Eastern Studies in Boston. She knows the Gaza Strip better than practically any other outsider. For more than 30 years, she has focused her research on the economic and social structures of the Palestinian enclave on the Mediterranean. She has written countless articles and numerous books on the subject, including a standard work on the economy of the Gaza Strip and a book on Hamas.
She was invited to Berlin by the Heinrich Böll Foundation to take part in a panel discussion on the situation in Gaza. However, the other scheduled speakers, Issam Younis from the Mezan Center for Human Rights and the blogger Asmaa Al-Ghoul, did not make it. They were unable to leave the Gaza Strip; Egypt once again closed the border.
The last time Sara Roy was in Gaza was in May, just a few weeks before the start of the Israeli military offensive. Even then, the sense of despair could be clearly felt, she reports. After almost eight years of blockade, the economy had already reached rock bottom, with unemployment hovering around 40 per cent and unemployment among young people rising to over 60 per cent. The war has only worsened the situation. Now, unemployment is estimated at over 50 per cent.
At least 175 factories were destroyed during the fighting, including medium-sized businesses like Gaza’s only asphalt producer, its only flour mill facility, and a biscuit factory. The entrepreneurs, who provided work for thousands of individuals, thereby ensuring the survival of tens of thousands, have themselves been reduced to poverty and forced to turn to humanitarian aid as a result of the destruction of their businesses and homes.
“The middle class has largely been wiped out,” says Roy. This, she adds, has broken the back of Gaza’s economy. She goes on to say that the war has eliminated class distinctions and made everyone equal, although at the cost of catapulting the entire population into utter destitution. In the wake of the war, there are hardly any wealthy people left in the Gaza Strip. The unique social network, which enabled the impoverished to keep their heads above water both socially and economically, has been torn apart.
Accordgin to Bettina Mrx, at least 175 factories were destroyed during Operation Protective Edge. This is having a catastrophic effect on the population because it means that the thousands of jobs provided by these factories have disapperared, which in turn means that tens of thousands of Gazas have been reduced to poverty and now rely on aid and charity.
According to estimates from the Palestinian Authority, reconstruction of the Gaza Strip will cost at least $7.8 billion. Whole districts have to be rebuilt, including the reconstruction of infrastructure, the water supply and sewage disposal system, the power station, and power lines. Sara Roy believes this figure is far too low. She doubts whether the Gaza Strip can ever be rebuilt.
“The question remains: what should be rebuilt? Should only the destruction from 2014 be repaired, or do we also include the damage resulting from the military operations of 2000, 2003, 2005, 2006, and so on?” To this day, the destruction caused in late 2008 and early 2009 by Operation “Cast Lead” is still visible, says the researcher. In her view, the devastation from the last war has hit the already emaciated Gaza Strip and its economically and physically exhausted population especially hard.
Roy is of the opinion that this cycle of recurring Israeli military offensives, resulting in the destruction of Gaza’s infrastructure and its reconstruction by the international community, cannot continue.
“Germany and the EU must ask themselves this question: do we want to continue to be a part of the problem and one of the reasons why this region continues to decline? Or do we want to start being part of the solution?” The international community has to press for a political solution to the Middle East conflict, says Roy. This includes lifting the blockade because it is only when people and goods can move freely that the Gaza Strip has a chance of recovering.
“The Palestinians have become a humanitarian problem,” she says. The majority of the population relies on food aid and charity. Some 450,000 individuals have no access to clean drinking water and at least 370,000 children are severely traumatised. These problems cannot be solved with additional infusions of cash, donor conferences, or reconstruction assistance as long as the political issues in the Gaza Strip are not addressed. “The people in Gaza do not need humanitarian aid, they need their freedom.”
Bettina Marx© Deutsche Welle 2014. Translated from the German by John Bergeron

Video launched by the National Concensus Government of Palestine 
Vídeo do Governo Palestino de Concenso Nacional 

"A massive UN-supervised project to rebuild Gaza got underway earlier last week, but officials in Gaza and Ramallah are already doubtful that it will bring immediate aid to residents of the battered strip. The reconstruction plan calls for a highly intricate monitoring system, with restrictive measures on the import and distribution of building materials.
This comes at the behest of the Israelis, who have long barred the entry of basic construction materials - including cement, metal pipes and steel - into Gaza, insisting that they are 'dual use' items that Hamas could use to build underground tunnels for military purposes.
A new monitoring system will place security personnel and video cameras at distribution points for construction materials, and will vet both suppliers and buyers. And a central database, linked to the Palestinian Ministry of Civil Affairs, but available to Israeli intelligence agencies, will track material entering the Gaza Strip.
The details of this deal were revealed in a document named the Gaza Reconstruction Mechanism, which outlined a UN-brokered agreement between Israel and the Palestinian Authority (PA). 
Palestinian officials have said that Gaza will need almost $7.8bn in aid to rebuild after the recent Israeli offensive, which lasted 51 days and left more than 2,000 Palestinians dead...

...Critics say that the convoluted process risks prolonging reconstruction efforts. "Complicated mechanisms are being created to manoeuvre around the problem, not address it," said Ala Tartir, the programme director of Al Shabaka, the Palestinian Policy Network. "This means more money is wasted and Palestinians' dependency status is entrenched."
Oxfam has already warned that under current restrictions and the rate of imports, it could take more than 50 years to build the infrastructure the people of Gaza need. "Any mechanism needs to be much more than slightly better than what's currently in place," said Alun McDonald, the relief group's media coordinator in Jerusalem. "It will take more than a few truckloads [entering Gaza] every day… considering the enormity of the needs."
There is also widespread concern that, after three devastating wars in the past six years, any effort to rebuild Gaza will eventually be lost in a renewed military offensive. "You can't keep sticking a plaster on Gaza, which is what we are doing with aid coming in," McDonald said. "We need a long-term solution, which means the end of the blockade."
Equally controversial is Hamas' and Israel's absence from the Cairo conference where details of the post-war construction efforts were discussed. 
"They are trying to manoeuvre around Hamas, even though, like it or not, it's the governing body in Gaza," Tartir said. "They've also relieved Israel of its responsibilities and gave it another incentive to do what it wants, while the donors paid for it."

Gregg Carlstrom reported from Gaza City and Dalia Hatuqa from Ramallah.

Primeira reunião do novo governo de união Fatah e Hamas

E neste domingo, na Cisjordânia, dois "corajosos" soldados da IDF prenderam e maltrataram um menino palestino deficiente "por jogar pedras." A "brincadeira" de mau gosto durou até o pai chegar desesperado e conseguir convencer os desalmados que seu filho, que eles tinham algemado, vendado os olhos, e brutalizado, era deficiente mental e por isso não falava. Shame on the IDF! Once more.
Vídeo B'Tselem

Apartheid Adventures  VII